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Manobras políticas garantem vaga de conselheira no TCE-PB para Alanna Galdino, apesar de questionamentos técnicos

O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (30), a nomeação de Alanna Galdino para o cargo vitalício de conselheira da Corte. Apesar da aparência de consenso, bastidores indicam que sua ascensão ao cargo se deu mais por articulações políticas do que por mérito técnico, levantando críticas quanto à transparência e à impessoalidade do processo.

Alanna será a primeira mulher a integrar o colegiado do TCE-PB, o que por si só representa um avanço simbólico. No entanto, sua escolha vem sendo alvo de críticas de setores que apontam a ausência de uma trajetória técnica sólida que a habilite à função, especialmente diante da importância fiscalizadora do tribunal.

A votação, que havia sido adiada após pedido de vista do Ministério Público de Contas, foi retomada com o voto favorável do relator, conselheiro Nominando Diniz. Ele rejeitou os questionamentos apresentados e teve seu posicionamento seguido pelos demais membros do colegiado. A decisão e a posse aconteceram no mesmo dia, em uma tramitação acelerada incomum para o padrão da Corte.

O nome de Alanna havia sido aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) no dia 17 de março, com parecer favorável do deputado Felipe Leitão. A votação unânime entre os parlamentares, entretanto, é apontada por críticos como reflexo de um acordo político previamente articulado — uma prática recorrente na indicação de conselheiros para tribunais de contas em todo o país.

Embora a nomeação seja celebrada como um avanço para a presença feminina em espaços de poder, sua forma de condução reascende o debate sobre a politização excessiva dos tribunais de contas, cujo papel deveria ser eminentemente técnico, imparcial e voltado à fiscalização da coisa pública.

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